CTT com Rendimentos Operacionais de 349,2 milhões de euros

5 de Agosto, 2020

Os CTT – Correios de Portugal atingiram rendimentos operacionais de 349,2 milhões de euros no final do primeiro semestre, com crescimento em todas as áreas de negócio exceto a de Correio, mesmo em contexto de pandemia de COVID-19. No segundo trimestre de 2020 a área de Expresso e Encomendas registou o valor de rendimentos mais alto de sempre e o maior EBITDA dos últimos cinco anos.

A contribuir para os rendimentos operacionais estiveram as áreas de negócio de Banco CTT (63% acima do período homólogo do ano passado), Expresso e Encomendas (+16,9%) e Serviços Financeiros e Retalho (+1,2%), levando a que a redução nos rendimentos operacionais, devido à queda do Correio e Outros, fosse de 1,6% face ao primeiro semestre de 2019.

O EBITDA atingiu 33,4 milhões de euros, o que representa uma queda de 28% face ao mesmo período de 2019, fortemente impactado pelo Correio e Outros. As restantes áreas de negócio cresceram no primeiro semestre de 2020 e, em junho, o EBITDA consolidado já voltou a crescer (+7,9%), continuando a robusta trajetória iniciada em janeiro e fevereiro de 2020.

Já a área de Expresso e Encomendas registou o melhor trimestre de sempre em termos de rendimentos, atingindo 47,8 milhões de euros. O EBITDA de 2,2 milhões de euros nesta área de negócio no segundo trimestre de 2020 representa o melhor trimestre dos últimos cinco anos. De destacar a performance em Portugal, com um EBITDA de 3,5 milhões de euros.

Para João Bento, CEO dos CTT, “foi com enorme responsabilidade que os CTT assumiram a missão de apoiar o funcionamento da economia neste difícil contexto para as empresas e para as pessoas, mantendo a operação a funcionar, mas garantindo a segurança de todos os trabalhadores e cumprindo todas as recomendações das autoridades. Soubemos reagir e lançámos uma série de serviços digitais inovadores, dos quais destaco o CTT Comércio Local, o Criar Lojas Online e as Feiras e Showrooms no Dott, apoiando a transição digital das empresas, com especial ênfase nas PMEs, e dos pequenos comerciantes. Estas iniciativas permitiram que o segmento de Expresso registasse o melhor EBITDA trimestral dos últimos cinco anos.”

“Durante todo período da pandemia temos vindo a reforçar as equipas de forma significativa, com mais de 800 elementos (e um acréscimo líquido superior a 400), a maioria dos quais em funções de carteiro e prosseguimos com várias iniciativas para reforçar a capacidade e melhorar a oferta, nomeadamente o reforço da frota operacional de transportes e distribuição, o desenvolvimento de novas instalações adaptadas a tráfego de maior volumetria e a continuação do plano de abertura de lojas próprias em sede de concelho, iniciativa voluntária e acelerada imediatamente após o alívio das medidas de confinamento. Vamos continuar a lançar serviços inovadores, a apoiar o crescimento da economia e a reforçar a proximidade às populações, ligando pessoas e empresas, com entrega total”, conclui o CEO dos CTT.

O resultado líquido foi de -2 milhões de euros, que compara com +9 milhões de euros no primeiro semestre de 2019, impactado pela evolução negativa do EBIT, parcialmente compensada pelo comportamento positivo do imposto sobre o rendimento do período.

A área de negócio de Correio foi muito afetada pelo confinamento e pelo arrefecimento da economia desde a segunda metade do mês de março até maio, em consequência da COVID-19. Esta situação implicou a redução do horário de funcionamento das lojas dos CTT que se traduziu numa menor procura de serviços B2C. Também no segmento B2B se verificou uma redução da atividade, com particular destaque para os setores da banca e utilities e, ainda, da Administração Pública pelo encerramento ou suspensão da atividade de diversos organismos públicos e preparadores de correio. Assim, os rendimentos operacionais de Correio registaram uma queda de 13,7%, para 202,8 milhões de euros.

Os rendimentos operacionais de Expresso e Encomendas atingiram 85,1 milhões de euros no primeiro semestre de 2020, crescendo 12,3 milhões de euros (+16,9%) face ao período homólogo de 2019. No segundo trimestre de 2020 alcançaram 47,8 milhões de euros, um aumento de 11,7 milhões de euros (+32,5%) face ao trimestre homólogo de 2019, que evidencia o forte crescimento conseguido neste período, em que a empresa aumentou de forma consistente e significativa as entregas B2C.

Já no que se refere ao B2B, o primeiro semestre de 2020 ficou muito marcado pelo efeito da pandemia, observando-se que o final do mês de março e o início do mês de abril foram particularmente afetados pelas restrições impostas à maior parte dos setores da economia. Essas restrições tiveram um forte impacto no perfil de envios, tendo-se verificado uma redução do tráfego B2B, quer de encomendas quer de carga, ainda que, em contraponto, se tenha assistido a um forte crescimento da atividade de e-commerce.

O crescimento na área de negócio de Expresso e Encomendas obtido em Portugal resultou, pois, de um conjunto de iniciativas lançadas pelos CTT procurando acelerar e alavancar soluções que ajudassem a estimular a recuperação da atividade perdida e criando oportunidades de crescimento, nomeadamente os serviços CTT Comércio Local, Criar Lojas Online, entrega de medicamentos ao domicílio ou CTT Expresso para Hoje, entre outros.

Os rendimentos do Banco CTT atingiram 38,4 milhões de euros no primeiro semestre de 2020, um crescimento de 14,8 milhões de euros (+63,0%) face a igual período do ano anterior, sendo 11,2 milhões de euros provenientes da 321 Crédito, adquirida em maio de 2019. Mesmo excluindo esse efeito inorgânico, os rendimentos ascenderiam a 22,1 milhões de euros, mais 3,7 milhões de euros (+19,8%) do que no período homólogo.  O crescimento dos rendimentos contou com a performance positiva da margem financeira no primeiro semestre deste ano, 12,3 milhões de euros (+135,3%) acima do mesmo período de 2019, crescimento esse que teria sido de 3,2 milhões de euros (+63,2%) sem o referido contributo não-orgânico. A performance comercial do Banco CTT permitiu o incremento dos depósitos de clientes para 1 512 milhões de euros (mais 42,1% do que no primeiro semestre de 2019 e mais 17,8% do que no final do ano de 2019) e do número de contas, para 489 mil contas (mais 81 mil do que no primeiro semestre de 2019 e mais 28 mil que no final do ano de 2019).

No pressuposto de recuperação gradual da economia e melhoria da situação pandémica, os CTT preveem a manutenção da dinâmica positiva das alavancas de crescimento da Empresa.

Embora se preveja que o Correio sofra quebras nas correspondências (extratos) e no correio publicitário, que deverão conduzir a uma queda de dois dígitos do tráfego de correio endereçado no exercício, espera-se um desempenho continuadamente positivo do Expresso e Encomendas, do Banco CTT e dos Serviços Financeiros. O Expresso e Encomendas deverá manter-se como o principal motor de crescimento, impulsionado pela continuada progressão do comércio eletrónico, em aproximação da média dos mercados desenvolvidos, e pelo contínuo aumento de quota de mercado; o Banco CTT está suficientemente provisionado e bem capitalizado para enfrentar potenciais desafios no segundo semestre de 2020 (de acordo com as atuais previsões) tais como a diminuição do PIB e o aumento do desemprego em resultado da pandemia; e os Serviços Financeiros, beneficiarão da crescente tendência de poupança da população portuguesa, o que constitui um bom prognóstico para a colocação da dívida pública, pelo que todos, com a exceção do Correio, deverão ver os rendimentos e o EBITDA a aumentar.

No segundo semestre de 2020, serão lançadas várias iniciativas de melhoria operacional com enfoque nas margens e nos gastos. A notável recuperação que se verificou no final do segundo trimestre de 2020 constitui um incentivo para o resto do exercício. Em resultado da atual dinâmica comercial de combate à súbita queda do correio, os CTT esperam atingir um crescimento nos rendimentos operacionais, impulsionado pela área de Expresso e Encomendas, assim como atingir um EBITDA superior a 90 milhões de euros e um EBIT de mais de 30 milhões de euros no exercício de 2020.