CTT apresentam selos dos 800 anos das inquirições gerais de D. Afonso II

29 de Junho, 2020

Os CTT apresentam esta segunda-feira, dia 29 de junho, uma emissão filatélica sobre os 800 anos das inquirições gerais de D. Afonso II, com dois selos e um bloco filatélico com um selo.

Nos selos desta emissão encontra-se a genealogia dos Reis de Portugal e o morabitino de D. Afonso II. No fundo do bloco estão os feitos da Coroa das Inquirições de D. Afonso II, liv. 1 e um pormenor da Genealogia dos Reis de Portugal.

Conforme afirma José Augusto Sottomayor Pizarro na pagela filatélica, “ a figura de D. Afonso II (1211-1223) destaca-se de uma forma incontornável pela sua ação política, sem que esta afirmação desdoure a herança notável que recebeu dos seus pai e avô Mas com ele, os níveis até então atingidos vão subir a um patamar de desenvolvimento, que colocaram a monarquia portuguesa a par das suas congéneres mais desenvolvidas, como a Inglaterra ou a França.”

A partir de 1217, ano da importante conquista de Alcácer do Sal, o monarca inicia uma série de ações do maior alcance do ponto de vista governativo. Em primeiro, o início de um registo de chancelaria, o primeiro realizado em Portugal e dos mais precoces a nível europeu; depois, e no mesmo ano, o rei procede à confirmação dos privilégios concedidos anteriormente, quer por si quer pelos seus antecessores; finalmente, em 1220, lança aquela que por ventura será a medida mais emblemática do reinado, ou seja, umas Inquirições Gerais que decorreram ao longo do mês de Agosto daquele ano.

Para José Augusto Sottomayor Pizarro, “a grande novidade do inquérito português assenta no facto de ter como propósito o levantamento dos bens e das rendas da Coroa numa região bastante alargada, e em grande medida coincidente com a uma grande parte da arquidiocese bracarense, com cujo prelado o Rei mantinha um aceso diferendo. […] Mas ainda notável, é o facto de os mesmos inquiridores também terem apurado quais os bens detidos pelas instituições eclesiásticas – cabidos, colegiadas ou mosteiros – e as ordens militares em cada uma daquelas freguesias: Por outro lado, esta iniciativa de D. Afonso II foi continuada pelos seus sucessores imediatos, revelando nos seus pressupostos um continuado reforço do poder cada vez mais “centralizado” dos monarcas – se

D. Afonso II, em 1220, perguntou o que tinha, o seu filho D. Afonso III, em 1258, perguntou o que tinham todos num âmbito geográfico muito mais vasto, desde o rio Minho até à vertente setentrional da Serra da Estrela; quanto ao seu neto, D. Dinis, foi ainda mais longe, em 1288, perguntando o que tinham os senhores; por fim, o seu bisneto, D. Afonso IV, pelos meados dos anos de 1330, exigia a apresentação dos documentos régios que tinham concedido o direito ao exercício de determinas jurisdições.”

Esta emissão filatélica é composta por dois selos, um deles com o valor facial de 0,70€ e outro com o valor facial de 0,86€. Ambos têm uma tiragem de 100 000 exemplares cada. É também composta por um bloco filatélico com 1 selo com o valor de 2,00€ e uma tiragem de 35 000 exemplares. O design esteve a cargo do Atelier B2 Design. As obliterações de primeiro dia serão feitas nas lojas dos Restauradores em Lisboa, Munícipio II no Porto, Zarco no Funchal e Antero de Quental em Ponta Delgada.